O final de ano é um momento pródigo de projeções, análises de tendências e de exibicionismos. Alguns toscos. Outros realmente válidos. Quando se fala de tecnologia em internet é possível ter uma boa parcela de percentual de acerto. Mas o outro lado da moeda, onde buscamos as tendências de comportamento do “homo digitalis” e o que ele efetivamente vai valorizar, difundir, adotar e se “viciar” nos próximos 12 meses na web é um pouco mais difícil.
E é fácil entender. Nós somos tão “aderentes” quando “descolados”. Tão atentos quanto distraídos. Não se previa a força das comunidades e do You Tube do jeito que aconteceram. Ainda assim eles deram sinais claros que seriam algo diferente. Foram um estupor! O que é preciso olhar agora – ou mesmo fundamental – é o quanto isto muda nossas “relações de força” com as marcas, as empresas, a mídia e, no plano pessoal, com nossa individualidade.
Individualismo ou colaboração? Colaboração ou voluntariado? Público é privado? Privado é voluntarismo? Onde estão minhas coisas? Com quem? A quem elas influenciam? Influenciam? Qual a profundidade das minhas relações virtuais e o quanto elas são parte da minha vida? Não são poucas as perguntas e as respostas não são fáceis ou tão “à mão”. Consumir informação na era e nos formatos da internet nos trouxe um ser humano rascunhado sobre um cenário de imensa complexidade. Eu me sinto atônita diante disso. Não é uma surpresa imobilizadora. Ao contrário. É instigante. Mas não posso negar seu caráter perturbador. Muitas vezes me surpreendo com um certo “gelo” percorrendo minha espinha dorsal ao pensar em como minha intimidade exposta pode me trazer desconforto. E, ao contrário, o quanto isto pode satisfazer meu ego, meus desejos de colaboração, minhas necessidades de aprendizado contínuo.
Perplexidades à parte o fato é que a nossa história de 2007, com a internet, continuará a ser tão intensa, valiosa e questionadora quanto vem sendo nestes mais de 10 anos que a rede se apresentou à nossa vida. São certamente anos - em formato de séculos -, passados a toque de bytes e que não nos tem dado o tempo adequado para sequer digerir. Mas, afinal, para que digerir? E digerir de que maneira? Lembro, a bordo de tantas perguntas que me “assaltam” agora, de uma entrevista que li outro dia com um artista plástico onde se perguntava a ele o que queria dizer determinado quadro ou a sua obra de uma maneira geral. A resposta dele era tão simples quanto desconcertante: “não faço quadros para dar respostas e sim para fazer perguntas”.
Então isto poderia ser aplicado ao que temos absorvido (ou não) de mudanças com a web. Aprendemos, fundamentalmente, que viver ao sabor de perguntas pode ser tão enriquecedor quanto o porto seguro das respostas. Até porque as perguntas têm sido não apenas em maior número mas também em qualidade diferenciada e inovadora. Verei meus filmes e clips prediletos direto no You Tube? Ou a TV Digital vai afinal achar um lugar nesse espaço? Os leitores de jornais estão mesmo, como se diz por aí, literalmente, morrendo? Ou estão apenas indo para um canto muito especial? A mobilidade nos deixa mais estressados ou nos coloca mais bem preparados e com melhor tempo de reação em nossas empresas e na vida profissional? Tanta informação é sufocante ou a Biblioteca de Alexandria era, proporcionalmente, a mesma coisa?
Como o artista citado, não tenho respostas. Por enquanto – e durante muito tempo – acho que estarei mais confortável do lado das perguntas porque elas têm me mantido intensa. Um estado de espírito e de “estar” que gosto mais. E isso tem me permitido usufruir com um prazer “de era de internet” das pequenas descobertas do dia-a-dia. Exemplo? Encomendar e receber todos os meus presentes de natal sem ter que arrebentar os pés nos shoppings lotados de gente. Pena que o tele-transporte ainda seja algo distante da realidade em dias de caos aéreo. Mas pelo menos os amigos estavam ali, bem conectados com a gente e independente da companhia aérea e dos controladores de vôo. ;-))) Peço apenas que não apareçam os controladores na internet.
Que venha, pois, 2007 ;-))
Risoletta Miranda é sócia e Presidente da Addcomm (www.addcomm.com.br), formada em jornalismo, MBA Marketing COPPEAD/UFRJ, especializada em Planejamento Estratégico de Marketing e Comunicação On Line e uma das criadoras do Conceito de VRM – Virtual Relationship Management – Addcomm.
rizzo@addcomm.com.br
Coluna originalmente escrita para o Portal IDG Now (www.idgnow.com.br)
27 dezembro 2006
14 dezembro 2006
Addyear
Esta é a versão "Tube" do Addyear. O ano que fizemos contato! ;-)). Um ano de muito aprendizado.O pessoal que você vê nesse filme é o atual time Addcomm que está na luta! Aprendemos muito. Erramos bastante para aprender ainda mais. Nos ampliamos como profissionais e como pessoas. E - sabemos mais hoje de que há um ano - um Addyear é coisa para os bons e os fortes! Pois então... que venha o Addyear 2. Feliz Addyear! Tudo de bom e de bem para nossos maravilhosos clientes. Tudo de bom e de bem para nossos investidores. Tudo de bom e de bem para todos os Addcomm e suas famílias. Sempre bons e fortes!
07 dezembro 2006
Amigo Oculto com as Caixas de Natal!

29 novembro 2006
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