19 maio 2006

Web semântica: um sonho

Por João Pereira (*):


Busca online e Google são sinônimos, a ferramenta de busca, com sua interface simples, tornou-se uma das mais usadas no mundo inteiro, é claro que o sucesso não veio só da simplicidade, mas principalmente da qualidade dos resultados pesquisados. Da relevância nas buscas. Hoje o Google é um parque de inovações tecnológicas, do Gmail ao GoogleEarth, a empresa conquistou mercado e fãs.


Por que o Google funciona e é um dos mecanismos de busca mais populares? Bem, além da relevância, a ferramenta em si é simples, acessível e intuitiva. De um lado, uma caixa de texto e um botão; do outro, um usuário feliz por ter exatamente o que precisa. Sem propaganda intrusiva, sem carga adicional, conseqüentemente com uma ótima performance de download, o serviço é ágil - a máxima "menos é mais" é o centro norteador dos serviços do Google.


Entretanto outras propostas de mecanismo de busca, como é o caso do snap.com com uma interface repleta de funcionalidades, dificilmente alcançarão o status do Google, Yahoo! e MSN Search. Cito o snap.com por ser um exemplo de web 2.0, nem tanto em termos de conceitos, mas principalmente no emprego de tecnologias: AJAX e RIA. As funcionalidades são interessantes, mas não fidelizam, o Google é mais rápido, tem alta relevância, e é simples... não precisamos de um canivete suíço para realizar uma simples busca.


Ainda sobre o conceito "menos é mais", há uma excelente conferência sobre o assunto no GoogleVideo. O título é "The Paradox of Choice - Why More Is Less".


Web semântica é um sonho, não tão longe de ser realizado. É possível notar os diversos esforços de se produzir conteúdo que seja passível de compreensão tanto por homens quanto por máquinas, padrões web e micro-formatos fazem parte destes esforços. Porém, quando falamos em padrões web como elemento facilitador da semântica, essa semântica mencionada é um pequeno passo para o alvo principal.


Como exemplo claro desta carência semântica, cito mais uma vez o exemplo dos mecanismos de busca. Quando você busca por "golf" o sistema pode retornar informações sobre o esporte, sobre o automóvel, sobre uma região, ou qualquer outro contexto possível para a palavra; o mecanismo de busca é incapaz de contextualizar se dos tantos resultados, quantos estarão relacionados a esportes ou a automóveis.


A disciplina da web semântica deve crescer ainda mais, é bom que fiquemos de olho.


Para terminar o longo texto queria falar sobre uma pesquisa que o Wall Street Journal fez com os seus usuários, comentado pelo portal Terra. Após alguns anos de web na veia, os usuários começam a ficar saturados com a quantidade de propaganda intrusiva e, muitas vezes, sem relação direta com o contexto da página. As ações de banner ainda geram resultados, entretanto não é a forma mais eficaz de divulgação de um produto, os usuários tendem cada vez mais a ignorar esse tipo de mídia.


Talvez seja a hora das empresas investirem em formas mais saudáveis (para ambos os lados, usuários e clientes) de marketing para a mídia online. Estes últimos parágrafos não são conclusivos, vale a pena pensar sobre o assunto...


(*) João Pereira é Arquiteto de Informação da Addcomm, trabalha com Usabilidade e é especialista em Acessibilidade.

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