(*)Por Risoletta Miranda ( escrita para o Portal IDGNow - www.idgnow.com.br)
Para ficar próxima da minha realidade de tempo corrido de hoje escolhi como tema escrever sobre Second Life. É melhor, a minha First Life, afinal de contas, está difícil. Pelo menos o meu avatar tem liberdade para voar num clique só. Eu tenho perambulado pelos aeroportos de Brasília, Curitiba , Rio e São Paulo sem tirar os pés do chão. Bem, mas não é para falar de “Trash Life” no tráfego aéreo que estou aqui. Eu queria mesmo era escrever um pouco sobre como a Second Life é uma idéia instigante e provocante para mim e como esse nosso comportamento on line é um quebra-cabeça legal que a cada dia me surpreende mais.
Quando vi nesta semana a capa da revista Época eu lembrei que, há uns 6 meses, instiguei minha equipe de Planejamento a dar um “mergulho” na Second Life e a preparar um documento que, na visão deles, me ajudasse a entender (e a eles próprios) como oferecer a nossos clientes a tal “presença” em Second Life. Eu disse para eles que prestassem atenção naquilo porque ia ser A Buzzword. Que ia deixar o Orkut num outro canto. Eles acreditaram e hoje conseguimos ter uma boa cultura do assunto dentro de casa. E o que temos aprendido?
Meu primeiro contato com Second Life foi uma pequena crise existencial. Sou católica por DNA e espírita kardecista por busca própria e convicção. No espiritismo aprendi que temos muitas vidas. E elas nos servem como estágios onde, a cada vida vivida, há uma nova chance para evoluir. E assim vamos até não mais precisar de “vidas” físicas. Não é que (e isto é questionável no espiritismo) a gente vire uma essência perfeita que prescindirá do corpo para sempre depois de um longo caminho de idas e vindas... De qualquer maneira... do jeito que me sinto ainda espiritualmente pouco evoluída, andava muito tranqüila com minha crença na reencarnação para uma próxima vida. Sempre é bom saber que há uma segunda chance não? Uma Second Life kardecista já que a única que lembro é esta First que desfruto com muito prazer agora.
Mas qual ao quê?!?! Ali, dentro do meu notebook fui arrancada destes pensamentos pouco evoluídos e confortáveis. De repente, a Second Life da moda tem tudo para você projetar suas qualidades, exacerbar seus defeitos, adquirir bens, falar com gente de todo lado. Voar!!!! Em dias de operação padrão no controle aéreo! Pois é. Você vira um avatar criado a base de scripts e aprende a movimentá-lo rapidamente – como num teatro de bonecos - com dedos ágeis. É a sua segunda vida para lá e para cá. Isto te evolui? Isto te acrescenta? Dá para colocar sua marca ali e isto ter importância?
Eu diria que este artigo de hoje foi só para provocá-los. Eu volto a falar no assunto porque é coisa de muitas Lifes.. Mas já dei a pista. O Orkut vai diminuir sua densidade demográfica e seu latifúndio digital. E essa migração se dará para as paredes de 3D mal acabadas de Second Life. O que acontecerá lá para a empresas eu tenho boas teses que ainda carecem de comprovação e que vou confirmar ainda. Mas, como empresas vendem produtos e serviços para pessoas e as pessoas querem a cada dia mais uma vida de estepe ou backup, apostem, em Second Life teremos por lá mais do que festinhas de agências de propaganda no final do ano. Por onde passa gente se comportando desse jeito “duplo” passa interesses de comunicação. Ele vai crescer e venderemos na Second Life idéias que serão compradas na First. Fácil. Aposte nisso ;-)
(*) Risoletta Miranda é sócia e Presidente da Addcomm (www.addcomm.com.br), formada em jornalismo, MBA Marketing COPPEAD/UFRJ, especializada em Planejamento Estratégico de Marketing e Comunicação On Line e uma das criadoras do Conceito de VRM – Virtual Relationship Management – Addcomm.
rizzo@addcomm.com.br
31 março 2007
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Um comentário:
A não ser, é claro, que o Second Life seja um "Ponzi Scheme" cibernético, e vire farofa virtual quando o FBI estourar a sede da Linden.
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